A Odisseia 

             A viagem de uma vida... a solidão, a companhia, o desespero, a amizade, 

            o amor, as desventuras... a partilha de um estado de espírito. É, sem dúvida, uma Odisseia.

 

terça-feira, março 29, 2005

Nossos olhos...

Trocámos mensagens imensas
Pela mágica linguagem do olhar,
Foram tantas mensagens e tão extensas,
Que pareciam não acabar.
Trocámos, sem ruídos, os nossos sonhos,
Sem nada que nos distraísse...
Pois tud ‘o que de nós partísse
Iria ao seu destino chegar...
Chorámos, também, e nossas lágrimas falaram,
Simplesmente, sem palavras...
Nossos olhos outros olhos calaram
Com o valor do que disseram...
Nossos olhos sem amarras, qu’em amor as converteram...

segunda-feira, março 28, 2005

A preparação de uma viagem

Vou viajar...
Levo no coração uma saudade que já não me larga... invisível como todas as saudades.
Vou voar e tentar encontrar o coração que já se encontra lá no alto... vagueando na imensidão dos sonhos.
Vou viajar... para um país lindo. Vou conhecer novas pessoas e novos lugares...
Voltarei logo.
Mas entretanto não dispensarei as saudades de tudo o que me alegra o dia a dia...

quinta-feira, março 24, 2005

Fazer o que já não fazia... pensar o que já não pensava...

Bom dia...
Apetece-me gritar. Já não grito há tanto tempo... Apetece-me gritar à lua cheia... uivar perdido na imensidão negra do céu estrelado. Gritei...
Apetece-me pensar no futuro... Já não penso há tanto tempo... Pensar no futuro e encontrar uma esperança cintilante ainda tão distante...
Apetece-me sonhar, ancorado.
Apetece-me colorir com as cores do arco-íris a minha vida cinzenta.

quarta-feira, março 23, 2005

Aveiro

Aveiro... Veneza de Portugal...
Veneza!! Gôndolas, passeios de barco, canções românticas em italiano, etc...
Pena ir lá em trabalho...
Talvez te leve comigo, quem sabe... quem sabe já não foste, pelo menos em pensamento...
Não deixem de visitar... não é Veneza... mas o que interessa não é bem isso...


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terça-feira, março 22, 2005

Return to the future...

Bom dia...
Hoje, na minha odisseia matutina, coloquei um CD no carro para que certos acordes me acompanhassem para o emprego... estava a precisar de ouvir aquela música. Após ter cantado aquela canção (ainda bem que o meu automóvel é relativamente insonorizado) esperei pela próxima música ansioso. Já não me lembrava da sequência. "Earth Angel" dos Platters... Lembrei-me do filme... Regresso ao Futuro. Lembrei-me do Baile... da diferença que um beijo pode fazer na nossa vida, da diferença que pode fazer um bocadinho de coragem para expressar os nossos sentimentos... da diferença que a partilha de sonhos com a pessoa certa pode fazer no nosso futuro.
Lembrei-me, também, que o desejo de amar um "Earth Angel" já foi meu... que digo... É meu. Mas porque é que o Céu colocou tão poucos perto de nós!!! Porque é que não tenho coragem para descobrir se ela é um "Earth Angel"?? Espero que falte coragem só a mim.

segunda-feira, março 21, 2005

Three Riddles

Parece que tudo o que é dito,
Anagogismo
Limita o conhecimento da realidade.
Infinito,
Mérito de quem narra
Perecível,
Sem aparentar o mais essencial.
Enebriante,
Simples codificação de emoções,
Tranante das lágrimas do coração.
Opaca em todos os silêncios induzidos.
Sinceras e verdadeiras,

sábado, março 19, 2005

Estar apaixonado...

Para declarar amor é preciso estar apaixonado por alguém?
Depende do que se considera "declarar amor" e do que é "estar apaixonado".
Considerem, então, que "declarar amor" é uma expressão que pode significar, somente, a comunicação da intenção de aproximação a uma pessoa, de querer começar a partilhar momentos da sua vida, de querer ser visto como um elemento cada vez mais constante e agradável na sua vida, de solicitar a partilha de emoções e de experiências de modo a consolidar um carinho que cresce sozinho mas que precisa de companhia...
E considerem que não sei já o que é "estar apaixonado".
Então posso "declarar amor" sem "estar apaixonado", certo?

sexta-feira, março 18, 2005

Um beijo sem aviso...

Os lábios mexiam-se, provocantes... Portadores de palavras sem sentido, desconexas... Os lábios humedecidos constantemente... como que a dizer que necessitavam de ser beijados.
Os lábios para os quais olhava foram embora... fiquei triste...
Surgiram depois, noutro momento, de surpresa, e já nem ouvi o que disseram... beijei-os para os não perder de novo...
Foram-se embora... pensativos.


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quinta-feira, março 17, 2005

Fechei a porta

Estava a olhar para o teu rosto e uma lágrima, tímida, apareceu. Teus olhos não deixavam transparecer a decepção que sentias, a dor, a desilusão, a tristeza. Estavas, como sempre, olhando para mim, calma, tranquila… só aquela lágrima mostrava o quanto te magoei.
Olhei para os teus olhos, e agora que já à espera de ver mais lágrimas… elas apareceram.
Disseste que querias estar sozinha e eu saí.
Deixei-te na cama, nua, chorando.
Antes de ir, beijei a tua testa e disse que eu não merecia as tuas lágrimas. Olhaste para mim com os olhos vermelhos, húmidos, cansados de tanto aguentar a torrente indomável do desgosto que te assolava. Não disseste nada.
Fechei a porta. Ouvi os teus soluços. Detestei ser eu naquele momento, mas tive a certeza que te amava e não ouvi mais o soluçar incontido da desilusão.
Perdi para sempre a inocência pensando que não me amavas… esperei tempo demais para ter certeza.

quarta-feira, março 16, 2005

Perder anos de vida

Bom dia.
Já vos aconteceu, alguma vez, dizerem: Eh, pá. Tou a perder anos de vida!
Não? Fico feliz por voçês...
Eu, por outro lado, por várias razões que não importa aqui discutir a sua natureza, vejo-me na eminência de, todo o santo dia, pensar que estou a perder anos de vida...
E o mais triste é que estou mesmo.

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domingo, março 13, 2005

Por falar em abelhas...

Em conversa com amigos surgiu uma metáfora interessante da forma como as nossas relações sociais e amorosas são condicionadas por padrões aceites sem os problematizarmos. Os desejos pessoais são sempre condicionados, em alguma medida, por factores endógenos e, em grande medida, por factores exógenos ao próprio indivíduo. As condicionantes sociais de determinados conceitos, e do uso que esses conceitos devem ter na vida de cada pessoa, são cada vez mais interferentes com o modo como cada um interpreta esses conceitos e como os incorpora na sua "história pessoal".
A estética social de um relacionamento amoroso, por exemplo, varia conforme os conceitos que são considerados por um dado grupo mais ou menos importantes. Quem não admira e inveja, até, aquel@ que se relaciona com uma pessoa que é considerada fisicamente interessante (flor). Quem não repara sequer, ou repara em outros atributos considerados menos importantes d@ companheir@ que labuta diariamente por um relacionameto estável e duradouro (abelha) mas que, fisicamente pode não ser considerado bonit@.
A metáfora parece estar contextualizada...
Como fotógrafo eu prefiro evidenciar a abelha que recolhe, incansável, o pólen da flor, que o transforma em algo doce e nutritivo, que se sacrifica pela sua colónia e que ataca ferozmente quem a periga. Não evidencio a flor, bela, sem dúvida, mas infrutífera sem a abelha. A flor que produz pólen amargo... A flor cuja beleza não é perene e que nada mais dá do que beleza.... e do que aroma à vida...
Mas não deixo de fotografar as duas em conjunto... relativizando a importância de cada elemento.


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sexta-feira, março 11, 2005

O velho e o novo

Cortei uma rosa do meu jardim. Entreguei-a a quem me amava. Ainda hoje existe essa rosa, o amor é que não.
Cortei uma rosa para dar a outra pessoa. Está no meu coração à espera que ela o peça, com carinho. Será dela sem hesitar, sem medos nem ansiedades. Depois dar-lhe-ei a rosa...


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quinta-feira, março 10, 2005

Perdido em sentimentos

Bom dia.
Ontem cheguei a casa e, apesar da seca, achei que merecia um banho de imersão. Coloquei uma música suave no dvd, coloquei os meus auscultadores sem fio para não incomodar ninguém e apreciei o calor da água quente em todo o meu corpo durante mais de meia hora.
Pensei em tantas coisas... é tão bom reflectir sobre a vida sem nos preocuparmos com o exterior.
Não consegui decidir nada. Mas senti-me mais calmo e relaxado.
Voltei ao mundo. Os problemas lá continuam, mas, por agora, já não me pesam tanto. Acordei de novo com eles e serão a minha companhia até voltar a casa outra vez... mas foi uma meia hora que já me escapava há algum tempo.

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quarta-feira, março 09, 2005

Letter to a girlfriend

Amar-te-ei.
Amar-te-ei loucamente. Não pouparei esforços para te fazer feliz.
Serei um companheiro de viagem que espera chegar contigo ao destino.
Sem paragens, sem transbordos.

Amar-te-ei em todos os momentos, sem, todavia, me perder nunca...
Tentarei harmonizar feitios distintos e desejos antagónicos por vezes.
Amar-te-ei consciente desse amor e das concessões que posso fazer.

Amar-te-ei... com tudo o que este conceito implica.
Nada mais posso prometer.
Só espero que me possas amar também assim.

terça-feira, março 08, 2005

Um agradecimento especial...

Dou as minhas boas vindas a três mulheres extraordinárias nesta faina dos blogs...

Mas tenho de dar, eu, o meu agradecimento especial...

Agradeço a Circe o conselho pelo caminho a seguir nesta perigosa Odisseia. Ela avisou-me que chegado à terra das Sereias

"cuja voz seduz qualquer homem que caminhe para elas. Se algum se
aproxima sem estar prevenido e as ouve, jamais a sua mulher e os seus filhos
(...) se reúnem em torno dele e festejam o seu regresso; o canto harmonioso das
Sereias cativa-o."

"Tapa as orelhas dos teus companheiros para que nenhum deles as possa
escutar. Quanto a ti, ouve se quiseres; mas que sobre a tua rápida nau te atem
as mãos e os pés, erguidos junto ao mastro, e a ele te prendam por meio de
cordas, a fim de que gozes o prazer de ouvir a voz das Sereias."

A Odisseia, de Homero

Esta é a minha sina, pelo "amor" a Circe...

sábado, março 05, 2005

Olhos...

Olhos que queimam, que arrepiam, olhos que gritam em silêncio...
Olhos que pedem, que suplicam...
E que projectam o prazer contido.
Olhos que aliciam, que maltratam, que desejam...
Olhos que convidam...
Olhos que olham os meus docemente...
Que me deixam louco... que prendem e que devoram.

sexta-feira, março 04, 2005

Com os olhos pesados de lágrimas.

Olhei para o telefone. Continuava no mesmo sítio onde estava há momentos atrás. Silencioso e quieto no seu cantinho da arca antiga da minha avó.
Olhei de novo. As teclas haviam chamado por mim. Queria ir tocá-las com tanta vontade. Queria premir a sequência tantas vezes desenhada no teclado que já havia gasto a tinta dos números. Afinal, três anos é algum tempo.
Olhei de novo. Afastei o olhar impelido por uma vontade intermitente. Tão forte e tão fraca quase ao mesmo tempo. Tão doce e tão ácida, tão amarga e tão aliciante, tão tola.

Passei alguns dias assim… meses, quem sabe… resistindo. Ainda ouvi a voz dela uma vez, mas desliguei. Venceu a razão, a razão indómita que me segura ainda hoje.

Quantas vezes pensei em pegar no carro e sair dali, de ao pé daquele telefone… mas ela podia telefonar a dizer que tinha sido um devaneio, um erro, uma mentira, um engano, um delírio, um desatino, um pesadelo.

Acordei. Acordei todos os dias com os olhos pesados de lágrimas. Acordei todas as manhãs com vontade de perder a razão… aquela razão indómita que me prende ainda hoje. Não a perdi.

Com o tempo, o desejo de ouvir a voz dela desapareceu. Com o tempo deixei de precisar da razão para me segurar. Deixei de querer humilhar-me por um pouco de amor doente, traído. Por um desejo, frígido agora.

Com o tempo consegui acreditar naquilo que disse ontem, que encontrarei o amor de novo... e talvez desta vez não deixe de amar. Mas foi doloroso o caminho.
Ainda bem que não a vi mais. Talvez a razão já não me prendesse e eu estaria certamente infeliz.

quinta-feira, março 03, 2005

Talvez desta vez não deixe de amar.

Passei por um casal que discutia na rua... ouvi, sem querer, as confissões feitas com voz exaltada:
"Não te amo mais!. Já não quero estar contigo! Vou-me embora! Não me vais voltar a ver!"
"Vai. Não preciso de ti. Leva as tuas amarguras e vai chatear outro! Só tenho pena de ter perdido tanto tempo contigo!!"

Como continuei a andar, as palavras foram sendo levadas pelo vento e deixei de as ouvir...
Mas só eu, provavelmente, as ouvi. Nenhum deles estava a ouvir o outro. Imerso nos seus próprios problemas, cada um deles estava já sozinho... embora ainda não se tivesse apercebido.

Lembrei-me de discussões passadas.
Queria tanto ter exprimido a minha raiva... mas estava mais preocupado com os sentimentos dela.
Esqueci-me que já não a magoava porque ela já não gostava de mim.

Como eu queria ter-lhe dito que o meu coração sangrava por causa dela e que a odiava por me ter magoado... mas que a amei intensamente.
Como queria ter-lhe dito que não perdi nada em conhecê-la, pelo contrário, ganhei tanto em felicidade, excepto naquele momento.
Como queria dizer-lhe que tinha deixado de amá-la naquele instante e que nunca mais poderíamos ficar juntos porque deixei de acreditar nela...

Não lhe disse nada disto.
Hoje não me arrependo.

Afastámo-nos definitivamente. Foi o melhor que aconteceu. Se não tivesse acontecido por vontade dos dois teria acontecido por minha vontade.
Fiquei com as memórias da felicidade sentida e com a certeza de que não traí os meus sentimentos em relação a ela.
Fiquei com o amor por uma mulher que já não existe.

Fiquei sem ilusões de a ter outra vez.
Encontrarei o amor de novo... talvez desta vez não deixe de amar.

quarta-feira, março 02, 2005

Indignação

As mulheres portuguesas são parvas... Isto dito por uma comentadora regular do Público até parece verdade. Como homem não posso deixar de me indignar...
Gosto muito das minhas amigas (em regra portuguesas) e das mulheres portuguesas em geral para suportar estes insultos... Não as acho parvas.

Acho que as regras sociais existentes na nossa sociedade condicionam os seus comportamentos de modo a que assumam cada vez mais tarefas sem deixarem de ter o monopólio de outras que já antes realizavam.
São elas, muitas vezes, as guardiãs desse monopólio, é certo. Mas não as acho parvas por isso.

Fala-se muito do que é exigido às mulheres. Às mulheres só pode ser exigido aquilo que pode ser exigido aos homens, com a excepção, por ora, da gravidez, por razões conhecidas.
Mas quem exige? Muitas vezes elas próprias.... concedo.
Mas também os namorados, maridos, pais, filhos, patrões, chefes, directores, etc.
Serão parvas por aceitar essas exigências? Não acho.

Acho que nós todos somos parvos por exigir. Acho que nós somos parvos por não termos consciência de que as exigências são excessivas. Acho que nós somos parvos por não lutarmos por criar condições para uma maior igualdade material.

Nós quem, perguntarão? Todos nós portugueses... não são só as mulheres que são parvas.

Se estivermos a chamar nomes a apenas um grupo é um insulto... dado que não é o único responsável. E é contra esse insulto que me indigno. Eu também mereço esse rótulo.

L’amertume de mes lèvres

Tous mes sentiments sont, en une journée,
Mis en épreuve
Parce que les hommes ne savent être
Que des menteurs sur une scène de théâtre.
Nous sommes ceux qui,
Dans un monde infini,
Prennent attitudes de désespoir.
Nous ne serons jamais les poètes d’une vie.
Notre attitude aura seulement, à son côté,
La jeunesse inventrisse de la solitude.
Des sentiments sont seulement la raison de vivre,
La raison qui permet adorer une divinité.
Mais tout est perdu quand elle perd l’esprit naïf
Et sent l’amertume de mes lèvres.


terça-feira, março 01, 2005

Tenho saudades da areia da praia...

Tenho saudades da areia da praia e do mar... do barulho das ondas a chamar por mim.
Tenho saudades do Verão e do sol quente...
Tenho saudades...


A vida é como uma caixa de chocolates...

Bom dia...

Como é simples, por vezes, encontrar comparações para melhor exprimir ideias...
Estava a pensar em como explicar a minha vida a um "leigo" e veio-me à ideia aquela comparação simples feita por Forrest Gump... "life is like a box of chocolats". E, realmente, assim é.
Cada vez que abro os olhos de manhã deparo-me com chocolates tão diferentes... e todos embrulhados em papel colorido. Nunca sei que sabores vou encontrar... mesmo tirando do mesmo sitio que tirei no dia anterior, o sabor é diferente... e raras vezes doce.
Algumas vezes decido tirar os chocolates em forma de coração...
E como me parece certa a imagem da pena branca a voar para o infinito...